quarta-feira, 1 de abril de 2009

Despedida do Metal na minha vida: Iron Maiden - Hellcife 2009 (Parte I)

Acordei as 6:40, pra chegar no ponto combinado as 7:00, mas na real só cheguei as 7:50. Era um ônibus da Tour Azul lotado, com 56 pessoas, das quais eu só "conhecia" no máximo 5. O ponto era um posto em frente a catedral do reino de Deus, na Epitácio Pessoa. Quando estávamos saindo, uma equipe de TV Local queria parar pra fazer uma matéria, mas Denise, nossa organizadora, não deixou. Seguimos viajem.
Clima de descontração, vários shows do Iron Maiden passando no DVD Player no ônibus, durante mais ou menos duas horas de viajem para a Veneza Brasileira. O lance era chegar lá, pegar a fila pra trocar o voucher pelo ingresso e depois pegar a fila pra entrar. O dia ia ser longo, ou não.
Há dois anos não escuto mais Iron Maiden e há dois anos eu não os considero como minha banda preferida. Mesmo assim, quando se tem uma oportunidade de ver um show de rock de verdade, daqueles que a gente vê em vídeos quando somos adolescentes conhecendo tudo isso, desses que a gente vê nos países de fora acontecendo ou num rock in rio impossível de se trazer de volta, é bom aproveitar o fato de ser estudante e ir! E fui!
Contudo, há muito tempo também, foram embora junto com o gosto pela música pesada, as lembranças do público que curte esse tipo de música. Trocando em miúdos... os Headbangers. Abri minha cabeça, joguei fora os estereótipos que eu mesmo tinha criado e fui... de mente e coração aberto... querendo até entender mais tudo o que se passa, a cultura mesmo desse pessoal.
Chegamos em Hellcife, calor da porra, a galera começando a se amontoar ao redor do jokey clube. Ficamos na fila pra trocar os vouchers por ingressos de verdade, não demorou muito, mas realmente tava quente. Comecei a perceber que os recifences vendem de tudo. Artigos da banda era o que mais tinha. Almoço, lanche, cerveja, energético superfaturado, unidade de cigarro, banho... e por aí vai. Antes de passar pra outra fila fomos ao Extra desenrolar o almoço. Me desviei no meio do caminho pra um PF sensacional. Metade do que eu pagaria lá, por muito mais comida e um cafezinho exxxperto no final de tudo. Quando tava atravessando a rua vinha um taxi... e fazendo o mesmo tipo de cálculo que faço em joão pessoa, concluí que dava tempo passar a rua... isso se ele não tivesse acelerado. Os pessoenses geralmente aliviam o pé, deixam você passar tranquilo, mas esses hellcifences pisam na tábua e ái de quem tiver na frente.
Não... não morri... mas tive que dar uma carreirinha, e após meu coração voltar ao normal continuamos a caminha da volta pra fila. Quando voltamos já tinha mais gente. Pessoas gritando: "Metaaaaaaaaaaal" com aquelas vozes agudas. Há realmente uma paixão nisso. Fiquei admirado.
Das 14H as 16H, ficamos lá esperando. Toramos um vinho quente, alternando entre sombra e sol, isso não deve ter feito muito bem.
Pessoas andando, ambulantes, figuras muito pitorescas, novas amizades sendo feitas, velhos amigos sendo encontrados e perdidos, de novo e de novo. Tava legal, e então... a fila se formou e abriram-se os portões.
Em sites diziam que o público poderia entrar com comida, mas não com garrafas. E acreditando nisso levei minha mochila com biscoito, salgados e algo mais. O que eu via eram três barreiras que eu tinha que passar. Na primeira o cara foi logo avisando que eu não poderia entrar com comida. Tinha de comer tudo ali mesmo, ou deixar com ele né, pra depois me devolver (espertinhoooo). Mas consegui passar. A enrolada dele não foi segura e mantive minha posição. Na segunda barreira a mulher perguntou se tinham me revistado e eu disse que sim. Perguntou também o que o sujeito havia dito pra mim, e eu contei-lhe a verdade. Assim que me liberaram pra a terceira barreira, onde eu daria o ingresso e entraria, um terceiro cara chegou pra falar que comida e água eram realmente proibidos. Mas aí eu já tava longe demais, ninguém me pegaria.
Palco lindo, brita fina ao invés de areia no chão, um belo por do sol, pessoas andando alegremente, pois seria uma noite alegre. O lance era sentar em algum lugar, beber algo, se preparar... pois antes dos caras, ainda teríamos que aturar Lauren Harris, a banda de abertura, ou se preferirem, um exemplo clássico de nepotismo no mundo.
Das 17h as 20h ficaríamos ali, meio que confinados. Por isso vou falar agora da questão da produção do show, o que achei:
Principais patrocinadores eram a Burn, bebida energética da coca-cola, e a Heineken. A Burn tava 7$, era uma latinha que despejavam num copo de plástico. Dava metade só. A Heineken tava 4$ e também era uma lata, enchia e era gostosa. Basicamente só deviam vender isso e outras bebidas da coca-cola. Haviam tendas muito bonitas, dá pra ver quando um evento é internacionalmente bem organizado. Pelo o que ouvi, todos os equipamentos eram da banda. Iluminação, palco, som e cenários. O público consegiu ficar quieto até mais ou menos umas 19h. Quando davam algum sinal de alvoroço, a produção do show logo colocava umas propagandas. Inlcusive, duas senhoras propagandas, eu fiquei em extase com a propaganda da Burn que passava, mas tenho lá meus motivos.
Isso aconteceu mais umas duas vezes, até as luzes se apagarem completamente, o poster da Lauren Harris ser colocado lá e alguns técnicos andarem pelo palco. De qualquer maneira, a produção soube muito bem como acalmar os ânimos nervosos dos adoradores do tinhoso, apelido carinhoso que colocamos em nós mesmos.

(continua)...

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