segunda-feira, 29 de junho de 2009

The Moonwalker!

Pois é, pessoal... o mundo vive momentos de turbulência e eu não podia deixar de falar disso aqui. Não é a turbulência normal, de guerras ou outras mazelas que já estamos acostumados a assistir desde pequenos. Uma turbulência que só vem de tempos em tempos, quando acontece algo de uma magnitude a qual ficamos sem compreender, mas que aos poucos vamos percebendo que realmente nos tocou.
Essa semana perdemos o rei do Pop!
Eu diria que se foi mais uma pessoa a morrer do mundo dos artistas. Que ficam cada vez mais ameaçados de extinção.
O mundo chorou com Janis, Hendrix, Lennon, Harrison e etc... Agora chora com Michael e tem ainda mais um tanto a chorar. Depois se lamentar sobre o por que de não existir mais artistas como antigamente... figuras, ícones do show "biZZ", com suas manias descomunais e sensasionalistas... figuras totalmente pitorescas, infelizes ricos alegres.
Sabe... não é algo que faça a maioria das pessoas chorar (e tem gente que chora nesses casos), mas de fato, você sente. Fez parte da história da cultura world music, tanto quando uma guerra faz parte da história da história. E isso faz você sentir, nem que seja um mero "poxa! que droga, eu gostava dele".

Pra mim o que ficou de impressão sobre ele não foi só o fato de que ele era um produto altamente bem trabalhado na mídia, com sua imagem sendo vendida através das reviravoltas que suas doenças e vícios provocavam... adoravam ele negro, branco, de luva, sem luva, com nariz ou sem. Pra mim também ficou uma impressão de espetáculo. De showman mesmo, um cara que sabia o que fazia, sabia o que o publico gostava.
Todo esse espetáculo transparecia no estilo de vida que ele levava. Certa vez vi um documentario sobre o ditocujo, e dava pra ver os artigos luxuosissimos que ele comprava, manias de megalomaniaco... eu fiquei besta acerca do gosto daquela pessoa, da rotina dela. Não, não era um ser humano normal, nem era mais um ser humano... era uma figura mítica entre os homens, uma entidade abstrata, um artista.
Vícios, infelicidades, processos judiciais, o peso da fama. Explosões, palcos enormes, dança, mágica.

Ele foi um pirralho durante os anos setenta. Aprendendo muito bem tudo, ouvindo, confabulando. Nos anos oitenta foi um verdadeiro garoto problema... comprando as músicas da maior banda do mundo (Beatles) e casando-se com a filha do rei do rock n' roll (Elvis) e revolucionando o mundo do espetaculo.

Certamente bandas como Kiss e o Heavy Metal em geral já tinham shows altamente produzidos, mas apenas Michael começou a centralizar todo esse poder em uma pessoa só. Assim quando você assistia o show ou filmes do cantor quando criança, via ele comandar todo o show pirotecnico de cima do palco ou se transformar em tigres, carros e dançar desafiando a gravidade.
Eu ficava de cara! Realmente besta como podia existir uma figura tão mágica como aquele cara e como podia existir um show tão show quanto aqueles.

(...)

Parte dessa magia se esvai quando você cresce e tem idade suficiente pra entender que na verdade ele era perseguido por tudo aquilo que o tornara tão especial. Dependente químico de remédios, artista depressivo, ficando velho, talvez um câncer de pele que explique tantas deformações... em fim... uma vida não muito feliz. Marcada por probemas que vieram com uma coisa a qual ele não tem culpa... o talento.
De qualquer maneira o mundo foi abalado. Todos nós somos produtos de um tempo que respirava Michael Jackson... ainda que a música não sendo nosso estilo preferido, mas fomos com certeza afetados pelo glamour de seus shows ou essa imagem de um ser de outro planeta que construiam dele.
Dificílimo aparecer outro... nesse mundo do youtube de hoje em dia, artistas aparecem e desaparecem, nenhum com o adorável-ego-descomunal-de-artista-sem-vergonha-POP dele e de alguns outros que ainda nos sobram.
No meio de todo esse tormento eu tinha parado pra pensar... e ainda existem alguns nomes que vão fazer o mundo derramar lágrimas novamente. De tempos em tempos, um novo momento de turbulência, por uma causa que realmente merece luto... a morte de um fazedor de arte.

[E nessas horas, cercado pela segurança bilionária de sua manção situada a terceita montanha ao norte de algum outro monte muito grande na Suiça... estaria Paul Mccartney brindando com champagnes ao lado de seus agentes de inteligência, pensando: "Parabéns, pessoal! Missão cumprida!"]

=P


Valeu Michael!

quinta-feira, 18 de junho de 2009

‘Fragmentos Sonoros’ mostra o rock sob o olhar de Anderson Silva

Se uma imagem vale mais do que mil palavras, quanto valerá em acordes? Uma boa maneira de descobrir isso é chegando lá no Espaço Mundo (Pça. Anthenor Navarro, s/n, Centro Histórico de João Pessoa) para conferir a mostra ‘Fragmentos Sonoros’, que reúne entre 25 e 30 fotografias do paraibano Anderson Silva. A mostra fica em cartaz até 18 de julho, sempre de quarta a sexta-feira, a partir das 18 horas.
As imagens foram capturadas ao longo de 2008 em shows e festivais em João Pessoa, Recife e Natal. “A ideia é passar ao público um pouco do clima dos shows, mostrando detalhes que se perdem no calor de um show. Coisa que só a fotografia consegue guardar”, comenta Anderson.
A mostra revela expressões de Falcão (O Rappa), Trinity (Venus Volts - SP), Jon Spencer (EUA), The Donnas (EUA), Rieg Wasa (PB), Diego Second (PB), Rancore (SP), além de algumas fotos promocionais, como da banda local Outona, e fotos de bastidores. “Todas as fotos têm algo de curioso ou de engraçado”, conta. “Vai desde chegar em cima da hora do show, assalto, até as fãs mais ousadas se ‘mostrarem’ para seus ídolos (risos)”.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Sigam-me os malucos!


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Paz!

JK

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Sapé Rock City

Esse último domingo rolou um show em Sapé com bandas daqui. O Edy tava lá, junto com a comitiva do coletivo mundo e conta como foi essa estória.

Tarde do domingão, por volta de três e meia da tarde, chegávamos em Sapé, cidade localizada na região do Brejo paraibano, com população em torno de 50 mil habitantes e distante 55Km de João Pessoa, capital do estado. Clima quente, sol, mas caía uma chuva repentina e forte. Alguns pedidos de informação depois, estacionamos na frente do CLUBE ATLÉTICO SAPEENSE, fundado em 1950, era o que informava o logo pintado no muro da entrada. Compramos as entradas, R$ 5,00, cada, e entramos.

Um clube antigo e no salão construído para festas, por onde circulavam cerca de trezentas pessoas, um pequeno palco com estrutura de sim e iluminação. Duas bandas, das nove previstas pra tocar, já tinham se apresentado no ROCK PARA TODAS AS TRIBOS - RATICIDA, banda de punk rock, e KOAN, pop rock, ambas de Sapé. No palco OS REIS DA COCADA PRETA (www.myspace.com/osreisdacocadapreta) mandava um roquenrou competente, cheio de guitarras e com fortes influências de bandas como QUEENS OF THE STONE AGE. Recentemente eles disponibilizaram todo o material da banda para download ( http://www.4shared.com/dir/15584005/81518602/Os_reis_da_cocada_preta). Da cena atual de João Pessoa é a banda que tem conseguido abrir espaço nas casas de shows pra mostrar seu trabalho autoral e tem conseguido movimentar um público em torno de seu trabalho, utilizando a internet como uma das principais ferramentas de divulgação.

Logo depois subiu ao palco a BLUE SHEEP (www.myspace.com/bandabluesheep), power trio de hard rock formado por três garotas muito jovens. Elas tem sido a grande sensação da cena. Garotinhas, novas, tocando um roquenrou pesado e eficiente. A banda tem um ano de criada, mas só se apresentaram pela primeira vez em março deste ano. Claro, ainda precisam do molho e da ginga que só a estrada e os palcos irão dar, mas já chamam muita atenção pela seriedade com que encaram o palco. A guitarrista Eveline se comporta como uma verdadeira Guitar Hero, fazendo pose e tocando com muita vontade e competência o repertório que inclui músicas autorais e covers de Jimi Hendrix e ZZ Top, entre outros. Obviamente, a marmanjada toda foi pra frente do palco e delirava com a performance do trio. Comentava com Ilson Barros, vocalista, guitarrista/violeiro da banda ZEFERINA BOMBA (www.myspace.com/zefirinabomba ), com quem fomos pra o show, que em um ano, se aquelas garotas continuarem com essa pegada, estarão tomando conta de muitos palcos por aí afora.

Chega a vez do CERVA GRÁTIS (www.myspace.com/cervagratis ). Roquenrou pesado, barulhento, divertido e com muita energia no palco. A banda tinha o curioso hábito de liberar um isopor com cervejas na frente do palco pra o público, expectativa essa frustrada no show de Sapé. Não rolou a cerveja grátis. No palco foi apenas som alto, energia sobrando e um convidado, nosso amigo Ilson Barros do ZEFIRINA BOMBA, cantando uma música do ROCK ROCKET e uma do ZEFIRINA BOMBA – ‘Dia Inteiro’. Bom show.

Chegada a hora do metal porradão – (www.myspace.com/sodoma) SODOMA. Metal, definitivamente não é o meu forte e, apesar dos caras terem seis anos de estrada e um som extremamente competente, eu não conhecia. Fiquei impressionado com a competência e profissionalismo dos caras. Death/black metal, detalhe, cantado em português e executado com maestria. Apesar disso o vocalista HATE(sic) reclamava, após o show, do som no palco. Para o público tava bem legal, há tempos não ouvia um som assim.

Durante o show conversei com algumas pessoas sobre shows alternativos na região. Um grupo de Pirpirituba, 30km de Sapé, se divertia e disse que ficaram sabendo do evento pela internet. João Alves, 31, coveiro oficial do cemitério da cidade, de máscara e bota, estava lá para ver duas bandas da cidade –LETAL (www.myspace.com/letalcrossover) e LISOSSOMOS (www.myspace.com/bandalisossomos). Erivan, guitarrista do LETAL e organizador do show, perguntado sobre as dificuldades de produzir shows alternativos no interior do estado, respondia conformado, “tem que produzir, né !!! ? Lucro !!! ? Cara, empata, nem prejuízo, nem lucro. Mas vale a pena pra gente que tem banda”, justifica.

Uma das bandas preferidas do coveiro João Alves, subia ao palco, LISOSSOMOS. Um hardcore melódico e enérgico. Eles realmente tem público na cidade. O metal voltava a cena com o ABORTION CHAMBER (www.myspace.com/abortionchamber) subindo ao palco. Aí um detalhe, que na minha opinião prejudicou o andamento do show, afinal já era quase dez horas da noite. A montagem de equipamentos e preparação de palco para o show dos caras demorou muito. Muita gente se sentou, outras tantas saíram. Como já passava das dez horas da noite do domingo e, apesar de gostar do som do LETAL, hardcore competente, um dos melhores da nova cena, os 60km de volta pra casa numa estrada estreita me fizeram optar pela saída antes do final.

Na volta lembrei de um show alternativo em Sapé que tinha participado há alguns anos e me ocorreu uma frase antiga – ‘Onde houver uma tomada com energia elétrica, vai haver alguém plugando um amplificador e fazendo um som e colocando suas idéias pra fora’. Apesar das dificuldades pra se realizar um evento como esse, Sapé tem conseguido fecundar raízes alternativas pra região. Bom pra todo mundo.


Por: Edy

domingo, 7 de junho de 2009

Capa!!! Bienvenido Juño!!!

Pois é pessoal...
continuando o blog nesse mês temos essa capa com Diego Souza na foto. Essa era a época do Backdoorman, mas hoje ele toca no Cabeça de Galo.
A Foto é de Wênio Pinheiro, a edição é minha. Wênio que, inclusive, está expondo e lançando um livro sobre Jaguaribe. Com textos de Pedro Osmar e fotos sobre o Bairro. Fotos belíssimas que ele fez junto com seu companheiro Gustavo Moura. Pra quem quiser dar uma conferida na exposição, aproveitar e pegar o livro, fica no Casarão 34, centro da cidade, ali em frente a praça Dom Adauto. Do dia 6 ao dia 15, se não me engano, sempre no horário comercial.
Pois é... esse mês vai ter novidade sobre o Nublado, que troca de integrante e se prepara pra uma grande maratona de shows... e mais três revelações da cena. São elas a Blue Sheep, banda feminina de Hard Rock, a Seu Pereira e o Coletivo 401, que estréia esse mês na capital mas já conta com mitos da música por aqui e a Cabeça de Galo, projeto novíssimo dos integrantes da extinta Backdoorman.

Vamo lá, começar esse mês pra valer!!

sábado, 6 de junho de 2009

Quinta do Jazz e da Jam!

Rolou nessa última quinta (04/06) um projeto que já havia rolado no Espaço Mundo. A Quinta do jazz. Em sua segunda edição esse projeto apresentou a banda Cabeça de Galo, que estreava pro público aberto de João Pessoa. Com um público aconchegante a banda iniciou sua apresetação com meia horinha de atraso, nada que fosse atrapalhar.
Aliás, eu até diria que atrapalhou, por que justamente quando a banda estava acabando o show, a casa ficava mais cheia. Repertório de apenas 3 músicas, variando e improvisando bastante, a banda mostrou ter capacidade de entrar na cena independente daqui.
Com uma apresentação como aquela do Cabeça de Galo, numa noite de jazz, que inspirava o improviso, músicos que estavam assistindo resolveram se unir em nome de uma jam. Sendo assim, uma hora e meia depois de acabada oficialmente a programação da noite, artistas como Haley e Daniel do Burro Morto, Edy do Cabruêra, Rayan do Nublado e também os integrantes da banda que havia tocado antes subiram ao palco e começaram a tocar mais de 3 horas de jam. Revesavam-se na bateria, guitarra e baixo, unindo seus diferentes estilos pra criar músicas que nunca foram escutadas e jamais serão apresentadas novamente.
Rayan descia o pau na bateria, encaixando com o som da guitarra de Guilherme Borges e Igor Gadelha. Haley tocou bateria revelando o que seria a ocupação musical de primeiro lugar dele, e assim, etc...etc... etc...

Quem não foi, ou quem foi e voltou logo....

PERDEU!

Por: JK

quinta-feira, 4 de junho de 2009

“Tudo ao mesmo tempo agora, uma coisa de cada vez”

resenha dos shows do último fim de semana

Depois de quase uma semana fora da cidade e distante desse nosso mundo de todo dia – não, menino, eu não tava doidão por aí não! –, voltei com vontade de ir, como diria o Proust, em busca do tempo perdido. E andei meio perdido esse fim de semana mesmo, a começar da quinta. Fui a tudo o que pude ir, e estou de ressaca até agora. Me aterei aos relatos sobre sexta e sábado.

SEXTA-FEIRA (29/05): Fui ao Bebe Blues & Come Jazz... encontrei com duas amigas com quem travei umas boas horas de conversa, sobre música, arte, design, cultura pop local, et cetera (uma delas é designer e a outra cantora de MPB, das boas, ambas, lindas – morram de inveja, cuecões da Lista... rsrsrs). Casa cheia, conversa animada. Mas a gente decidiu que queria mais. Fomos ao Papagaio Pirata. Quando os bares e casas de shows do Centro Histórico estavam fechados, e já um pouco antes de fecharem, o Papagaio era o local mais freqüentado pela galera indie & rock and roll da cidade, mas hoje, com tantos lugares disputando a sua clientela, não é mais; mas, mesmo assim, continua bem bacana. O pessoal da nova administração, pra quem não foi lá por esses dias, fez umas reformas, nada muito demais, mas que deu uma boa melhorada à estrutura. Estou bem animado com um show que faremos lá, depois dos festejos juninos (04/07), com a Seu Pereira. Pois bem, ainda sobre a noite da sexta no Papagaio, quem tocava quando lá chegamos era o grupo de samba Trem das Onze, depois Sonora Sambagroove e discotecagem por conta do Formiga no intervalo entre uma e outra banda. Sou que no Espaço Mundo rolava uma festa particular, casa fechada; e no Candeeiro tinha reggae... enfim... Que importa é que as minhas amigas tavam ali, e tava tudo muito bom... cheguei em casa com o dia já clareado.

SÁBADO (30/05): Fui ao cimena (no Tambiá), a tarde; vi o filme Che, que é excelentemente interpretado pelo Benicio Del Toro.

_____ CORTE _____

Leitor querido / leitora querida, pessoa culta és, não façais vã a rogativa que agora vos dirijo: ide ao cinema, vede Che. Vale muito a pena, vos digo. O filme é baseado (ui...) nas memórias (escritas) do/pelo próprio Che, e se tu fores criativo, podereis pensar no tal como continuação ao “Diários de Bicicleta”. Tereis uma verdadeira súmula da vida do argetino famoso. Em suma: excelente filme, vibrante, comovente, historicamente relevante... digno de vários prêmios da Academia. E às menininhas, aviso-lhes que tem o varão Rodrigo Santoro trajadinho de revolucionário. Eia! apelação completa.

_____ FIM DO CORTE _____

Liguei pra Carol Morena e perguntei o que ia rolar no Espaço Mundo: “Oi, Pata”, ela disse, “hoje tem a Festa Clash; a casa tá tãooooo arrumadinha, vai lá”. “Eu vou dar uma passadinha”, disse-lhe. E, com cansaço e tudo, fui mesmo, que sou homem de palavra. A noite estava naquele chove-não-chove que a gente conhece tão bem por esses dias. Depois de decidir não decidir sobre qual lugar iria (Espaço ou Candeeiro?), e depois de ter amigos nos dois lugares, fui ao Espaço e, armado com uma dose de licor de curaçau, fiquei dançando e de papo com os meus amigos Thiago Sombra, Falcão e outros tantos que por lá estavam. Nessa hora a banda Arupemba devia ta se apresentando no Candeeiro Encantado. Pensei que podia ficar de lá pra cá, e o fiz. Entrei no Candeeiro quando o Zé Guilherme estava se apresentando. “Nada para esse Pedro Osmar, Osmar, Osmar, Osmarrrrrrrrrrrr...” Do caralho! Depois o elogiei pessoalmente. A banda da seqüência era Burro Morto, e aí eu decidi dar mais uma chegada ao Espaço – na Intoca tava rolando uma have, da qual nada sei informar. Fiquei por lá até o tempo que julguei os moços barbudos e cabeludos do Burro levavam para montarem seus instrumentos. Quando voltei eles estava começando a tocar. Me encheu os olhos ver o Halley usando um sintetizador Moog (meu sonho de consumo, e de onde vem o sobrenome da Madalena). Fiquei pensando que, talvez por não estar tão familiarizado com este synth ou por haver feito quase todas as músicas no MicroKorg, ele usou mais esse aí mesmo. Enfim... showzão, como sempre. A Burro Morto é hoje, sem dúvida, uma das bandas mais bacanas e inovadoras da cena local. Depois do show deles, fui novamente ao Espaço, e depois voltei pra ver a última banda da noite: “As Parea vai tocar, As Parea; As Parea vai tocar, As Parea; As Parea vai tocar, As Parea...” berrava o Chico Viola, enquanto os caras ajustavam os instrumentos... e demoraram muuuuuuito para isso. Vi gente reclamando da demora. Enfim, muito bom ver a banda em cena, depois de tanto tempo sem fazerem shows por aqui. Showzão! Olhei pro céu e vi que clareava! Cansaço batendo e morgação. Um táxi me trouxe pra casa por 15 contos. Dormi até a tarde do domingo. Domingo fez um dia de sol fresquinho, e eu nem o vi direito. Pensei que as coisas, aqui, funcionam meio que em ondas: uma casa de show fechou (a Ksa Rock) e logo depois foi o Galpão 14, e antes disso o Gabinete do Fuba, etc; uma casa abriu (o Espaço) e depois várias vieram na esteira. Eu soube que o Bar dos Artistas (que era onde funciona o atual – se sem graça – Paraibar, na parte externa do Teatro Santa Rosa) vai reabrir; não sei se no mesmo local; mas parece informação segura. “É uma onda, pensei”. Que continuem abertas todas essas casas, e que outras mais abram; desejo! E que noites como as de sexta e sábado, noites com sol, venham mais quantas venham. “Tudo ao mesmo tempo agora, uma coisa de cada vez”.

Por: Patativa